A luta dos Agentes Educadores por direitos iguais e um Plano de Carreira unificado


O cenário atual da Educação no nosso país não é bom. Escolas públicas lotadas de alunos, profissionais desvalorizados e sobrecarregados, falta de estrutura e planejamento adequado dos entes, etc. Isso sem falar do retorno dos alunos que retornaram às suas unidades escolares faltando o respeito aos demais, muito mais agitados, desregrados e com uma necessidade de descarregar todo esta energia, o que torna o ambiente escolar muito mais complicado e cansativo para todos.

Os Agentes Educadores da Prefeitura do Rio sabem muito bem o que é isso. Vejam abaixo a nossa descrição sumária de atividades. 


AGENTE EDUCADOR II
DESCRIÇÃO SUMÁRIA

Prestar apoio às atividades educacionais mediante orientação, inspeção e observação da conduta do aluno e atender à segurança de crianças e jovens nas dependências e proximidades das unidades escolares da rede oficial do Município.


Ou seja, neste momento tão difícil que estamos vivenciando na rede municipal, somos os responsáveis pela conduta do aluno, por manter a disciplina e a ordem dentro do ambiente escolar - extraclasse, bem como atender o requisito "segurança" das crianças e jovens no entorno escolar e na própria escola. 

Por estas atribuições citadas acima, já dá para ver o quanto é difícil ser um Agente Educador. Mesmo com a maioria tendo mais de 10 anos na profissão, ainda assim é desgastante. Isso se dá pela falta de profissionais. 

De acordo com a Lei Municipal 5.288/2011, o quantitativo atual de agentes na rede deveria ser de 3.000. Hoje, de acordo com números extraídos da página da Secretaria Municipal de Educação, temos muito menos agentes nas escolas. 


Mesmo com a atual convocação de 750 Agentes Educadores - divididos em 11 Cres - Coordenadorias Municipais de Educação não teríamos os 3.000 agentes citados na Lei 5.288/2011. Infelizmente, o resultado não foi o esperado. Em torno de 40% nem se apresentaram para a posse, e sabemos que, infelizmente, muitos sairão quando chegarem nas unidades e sentirem na pela a nossa verdadeira realidade. O próprio secretário afirmou que haverá uma nova chamada, tamanha a baixa registrada. 


Só para todos terem  uma ideia, um Agente Educador entra hoje para a prefeitura com um salário líquido de 1454 reais - incluído o auxílio transporte. Mesmo com os rumores do pagamento do Adicional de Qualificação aos servidores do concurso de 2019 (10% do vencimento base inicial da categoria, que é de R$ 135,00), ainda assim é muito pouco para quem irá trabalhar com tantas responsabilidades. 

Mas afinal, o que devemos fazer para que estas baixas diminuam? Simples. Devemos VALORIZAR estes servidores. Uma das premissas é a de obtermos os mesmos direitos dos profissionais do magistério. Por exemplo, um professor 40h, tem um salário base inicial de 5.712 reais. Se compararmos com o nosso, ele é 4 vezes maior do que o nosso, até mais. 

1.350,00 x 4=5.400,00

A diferença é enorme. Vejam outros exemplos abaixo:

- Bônus-Cultura (x)
  Obs: os professores recebem 10% do salário base do Prof. II. Poderíamos receber 10% do salário base da nossa própria categoria. 

- 7 níveis (x)
   Obs: temos 4 níveis e a diferença entre um e outro é de 2,5%, enquanto o dos professores é de 4% 

- Progressão por Formação (x)

- Complementação pelo Fundeb (x)
  Obs: atualmente é uma incógnita. 

- Piso Salarial regido em Lei Federal (x)
  Obs: tramita na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 2.531/2021, que institui o Piso Salarial para os não-docentes. O mesmo encontra-se atualmente na Comissão de Educação. 

Há outras reivindicações, como por exemplo, a revisão das atribuições, a transformação do Decreto 17.042/1998 em direito pessoal, relação de agentes por quantitativo de alunos, etc.

Vale lembrar que nada temos contra os profissionais do magistério. Muito pelo contrário. Temos total respeito, carinho e admiração por todos eles. O que os Agentes Educadores buscam é uma igualdade de direitos. Não é justo estarmos no mesmo ambiente que os demais profissionais e sermos tão desvalorizados. Chega a ser desumano em alguns casos. 

Valorizar o servidor é investimento. Tenho certeza que esta possa ser a gestão que fará toda a diferença na Educação da nossa cidade. 




15 comentários:

  1. Se temos um cenário triste com relação aos agentes educadores, quero lembrar que merendeiras estão se arrastando diariamente nas cozinhas dessas unidades, muitas vezes se veêm desanimadas até na hora ir para sua casa, falta de funcionários, sobrecarga de atribuições que dá cobradas diariamente, horários a cumprir (distribuição de merenda aos alunos), quando numa equipe, alguém necessita de uma consulta médica, que muitas vezes, por falta de horário são feitas durante o horário de expediente, o que sobrecarrega seus colegas que seguem na cozinha, dando conta de todo o trabalho. Cozinhas quentes e sem uma ventilação adequada, contribuírem para que os dias se tornem extremamente sacrificantes.
    E além disso, todas as observações que me vem a cabeça no momento, claro que existem tantas outras. Além de tudo que foi observado, são funcionários invisíveis aos olhos da prefeitura, que insiste em não atender o mínimo necessário para uma melhoria nas condições de trabalho de seus funcionários, bem como a questão salarial, tão defasada ao longo de tantos anos, em relação até a funcionários APAS, que junto a sua categoria tem mais benefícios que os funcionários concursados da prefeitura.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É um absurdo tem escola da zona oeste com 410 alunos e duas merendeiras. Não se fala mas em concurso público. O objetivo é a terceirização das merendeira. Enquanto muitas se aposentam ou entram em readaptação, as que ficam tem seus serviços dobrado. E prático não pagar triênio, recesso, plano de saúde ,etc. Uma merendeira contratada faz tudo sem reclamar. Já ouvi relato de uma merendeiras,que preferiu pedir demissão. Uma das causas, na falta de água na escola a gestora mandou que ela fosse pucha água do poço. Acho que deveria haver mas respeito e carinho com essas profissionais que se dedicam na preparação da comida. Primeira atividade seria mudar esse nome fictício. Merendeira não existe nem no dicionário. Acho que foi criado para substituir o serv. Gerais. Quem faz comida é COZINHERA.

      Excluir
  2. alguem precisa fazer alguma coisa pela valorizaçao das merendeiras que estao, com seus salarios defasados ha muito tempoooo.

    ResponderExcluir
  3. valorizaçao de merendeiras já,salarios não compra nem o básico.

    ResponderExcluir
  4. Todas as colocações estão perfeitas! Estamos no mesmo quadro de apoio e temos que dar as mãos para caminharmos juntos nesta luta. Foi assim na conquista do nível médio e tenho ceeteza que, em breve, conquistaremos algo de positivo para nós. Abs!

    ResponderExcluir
  5. Todas as colocações estão perfeitas! Estamos no mesmo quadro de apoio e temos que dar as mãos para caminharmos juntos nesta luta. Foi assim na conquista do nível médio e tenho ceeteza que, em breve, conquistaremos algo de positivo para nós. Abs!

    ResponderExcluir
  6. É desumano esse salário. É uma desvalorização enorme, muito triste!

    ResponderExcluir
  7. Vamos começar começar a idealizar uma greve

    ResponderExcluir
  8. Deixemos o bla bla bla de lado e vamos às ações: GREVE JÁ! PROFESSORES NEM PENSAM NAS NOSSAS CATEGORIAS! GREVEEEEE!!

    ResponderExcluir
  9. Vamos de greve so assim vamos ser vistos

    ResponderExcluir
  10. Vamos fazer greve merendeiras e agente educador por melhores condições de trabalho e um salário mais digno

    ResponderExcluir
  11. Acho excelente todas as colocações. Que os agentes educadores consigam se manter lutando pelo que é justo e certo, salário com dignidade, valorização profissional. Governo que cuida dos seus servidores, sem dúvida, tem serviços de qualidade superior.

    ResponderExcluir

AddToAny